Manual do Programa de Aceleração de Ecossistemas - Como implementar
ecossistemas empreendedores orientado para a inovação?
Capítulo 5
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Sumário
Sustentação voltada para a ação
Um pilar estratégico do plano de sustentação do ecossistema é o engajamento de novos stakeholders. Não deve-se esperar que o grupo dos Founders inicialmente criado para implementar o ecossistema seja capaz de cuidar da execução do plano de sustentação do ecossistema. Este grupo apenas iniciou a concepção e estratégia de atuação inicial. O crescimento do ecossistema dependerá de novas intervenções estratégicas e da participação de novos atores da região. Para tal, cada vez mais stakeholders da região devem se sentir motivados a participar do ecossistema.
Este engajamento de novos stakeholders deve ocorrer em prol das ações necessárias à implementação e manutenção do ecossistema. Pode-se considerar um plano de engajamento de stakeholders que identifique os potenciais stakeholders e trace ações e metas de engajamento nos próximos anos. A Figura 16 apresenta os potenciais instituições de ensino que podem ser engajadas no caso do ecossistema do Rio de Janeiro. Destas, algumas participaram de reuniões e chegaram a manifestar formalmente seu interesse em participar do programa. Para cada categoria de stakeholder, pode-se ter um mapa de stakeholders potenciais para engajamento como este.
A definição da estratégia de embasamento do plano de sustentação do MIT REAP Rio de Janeiro e suas ações será conduzida pelo Conselho da BBO. O Programa Energinn e o MIG são parte dos marcos e atividades do Instituto REAP Rio. Para o plano de sustentação, é necessário um plano estratégico detalhado, associado a um plano de engajamento de novos stakeholders, como descrito nesse manual. A sustentabilidade do MIT REAP Rio de Janeiro, após o fim do Cohort-08 do MIT REAP, está fortemente associada à adesão de corporações de apoio ao Instituto REAP Rio.
O roadmap elaborado para o Instituto REAP Rio é apresentado abaixo. Ele está aqui esboçado com exemplos de aspirações, para um intervalo de três anos.
Esse roadmap foi uma proposta inicial construída pelas entidades envolvidas e deve ser revisto periodicamente pelo Conselho do Instituto REAP Rio em função da adesão de outros membros. Posteriormente, o plano operacional deve ser construído e o portfólio de projetos continuamente atualizado de acordo com a estratégia da BBO e marcos mais detalhados. A gestão deste portfólio de projetos deve contar com um sistema de avaliação de resultados, descrito neste manual.
Aspirações do ecossistema
Para ser um ecossistema líder em nível global em energia e sustentabilidade, o ecossistema do Rio de Janeiro precisa melhorar suas posições em rankings globais e regionais. Para isso, foram listadas três principais aspirações:
- Se tornar Top 3 em referência de empreendedorismo e inovação na América Latina (1)
- Se tornar Top 75 do ranking global (2)
- Pertencer ao Top 41-50 do ranking de ecossistemas emergentes (3)
Como referencial inspirador, Houston foi escolhida. Segundo a Houston Energy Transition Initiative, a meta é que a cidade se torne a capital mundial da transição energética até 2040. Houston já é líder e a segunda em capacidades eólica e solar instaladas e em construção nos Estados Unidos, respectivamente.
Os Quadros 1 e 2 apresentam os resultados de curto prazo e as aspirações (resultados de longo prazo) para os próximos anos para cada MWB do MIT REAP Rio de Janeiro.
Quadro 1 – Resultados de curto prazo para as batalhas a vencer e aspirações.
Capacitação: 300 + 600 = 900
Aceleração: 45 + 60 = 105
Criação: 15 + 25 = 40
A próxima edição do programa objetiva consolidar essa estratégia do MIT REAP Rio de Janeiro, incorporando o acesso a infraestruturas de ICTs para realização de PoCs pelos empreendedores e startups.
Corporações de apoio identificadas – jun/23
Assinatura dos termos de adesão das corporações de apoio
Cinquenta membros associados à BBO
Implementação de um escritório de projetos
Playbook lançado – ago/2023
Aumentar o investimento em tecnologias de transição energética focado nas necessidades brasileiras: Biogás natural, Biocombustíveis (etanol e biodiesel), Aumento da eficiência de O&G e descarbonização, Hidrogênio, Biomassa e Biometano, Fixação de carbono, Energia Armazenamento, Mobilidade e Logística.
Quadro 2 – Resultados almejados de longo prazo para as batalhas a vencer e aspirações.
– Formação de 1200 empreendedores (300 formados)
– Aceleração de 150 projetos e startups
– Criação de 45 novas startups no setor de energia e sustentabilidade
– Programa de capacitação de hard e soft techs concluído
– Cinco projetos em andamento no portfólio do Instituto REAP Rio
– Multiplicação da metodologia para a região piloto – Nov/24
Programa de mentoria e melhores práticas criado
– Engajamento com universitários
– Criação de relatório sobre inovação empreendedorismo energético coordenado com o estudo nacional sobre o futuro da energia no Brasil
– Criação de centro de estudos e referência em tecnologias, mercado e negócios em energia
Trinta projetos em andamento no portfólio
Mudanças de comportamento no ecossistema, por meio de:
– Criação de novos startups
– Pesquisa traduzida mais rapidamente em inovação industrial
– Empreendedores mais maduros
– Aumentar cooperação e negócios entre empresas e startups
– Financiamento fornecido capital de risco
Para que essas aspirações sejam monitoradas, é indicado um sistema de avaliação dos resultados da BBO, descrito no item a seguir.
Sistema de avaliação dos resultados da BBO
O monitoramento das ações de sustentação do ecossistema deve assumir caráter sistemático, e portanto, é potencializado pela implementação de um sistema de acompanhamento de resultados. Nele, as ações devem ser consideradas como projetos a serem acompanhados pela BBO em parceria com os stakeholders. Faz parte deste sistema a definição de métricas e metas de desempenho. A figura abaixo exibe os componentes do sistema de acompanhamento de resultados idealizado pelo Programa MIT REAP Rio, em uma perspectiva de escritório de projetos.
O sistema de avaliação de resultados contempla a avaliação do progresso dos projetos, a partir do portfólio de ações e programas priorizados para o ecossistema. Aqui, métricas de acompanhamento dos projetos devem ser avaliadas. O uso de uma ferramenta de gestão de projetos pode agilizar esta etapa. O sistema possui rotinas para captura das lições aprendidas, para o que sejam avaliados a confecção de um relatório final do projeto e o uso de ferramentas colaborativas para engajamento e troca entre a equipe do projeto.
A equipe do MIT REAP Rio utilizou ferramentas colaborativas, que facilitaram enormemente a explicitação dos conhecimentos em grupo, a consolidação de conhecimentos e o debate para busca de consenso quanto à estratégia do ecossistema.
O terceiro componente do sistema é a solução de problemas ao longo da execução dos projetos. Ele é composto por uma rotina de reprogramação dos projetos e deve ocupar-se de mitigar o impacto das dificuldades enfrentadas pelos projetos.
Por fim, o sistema deve implementar uma rotina de avaliação do impacto dos projetos da BBO no ecossistema, garantindo a melhoria do sistema a partir da retroalimentação de informações.
Essa é uma proposta de sistema de avaliação de resultados para ser implementada na BBO do ecossistema regional. Ela é resultante dos pilares da metodologia, mas não teve sua eficácia avaliada pela BBO do ecossistema do Rio de Janeiro.
Por fim, no âmbito da sustentação das ações da BBO planejadas ao longo da capacitação da equipe na metodologia MIT REAP, deve-se buscar efetivo comprometimento de longo prazo dos cinco tipos de atores – universidades, corporações, startups, empresas de capital de risco e governos.
O viés de uma análise crítica dos desdobramentos das ações planejadas ao longo dos dois anos de capacitação da equipe destaca exatamente esse aspecto. A lacuna gerada pela falta de alguma das pontas na continuidade das ações, grava o sucesso da implementação da metodologia. Aí está o cerne do sucesso em nível global da estratégia da metodologia MIT REAP; esse mesmo cerne revela que, em maior ou menor grau, sua região não deve se candidatar ao Programa Global do MIT REAP se esse efetivo comprometimento não refletir a realidade de seu Estado, Município ou Cidade.