Manual do Programa de Aceleração de Ecossistemas - Como implementar ecossistemas empreendedores orientado para a inovação?
Capítulo 2

Cadastre-se para receber nosso E-book

Nosso E-book esta sendo desenvolvido e em breve enviaremos por e-mail para todos os cadastrados.

Sumário

Programa MIT REAP Rio de Janeiro

A candidatura do Rio de Janeiro ao Cohort-08 do programa MIT REAP contemplou o projeto iEcossistema de Inovação em Energia e Sustentabilidade elaborado em 2019 e submetido nesse mesmo ano ao MIT. Por ocasião da notificação da aprovação da candidatura do Rio – janeiro de 2020 – já se tinha compromisso de apoio ao projeto de uma das corporações – FURNAS/Eletrobras. Era apenas um MOU… Mas um Sr. MOU com FURNAS/Eletrobras… Não só valeu, como nos permitiu dar seguimento à atração de outros parceiros, incluindo corporações.

Assim foi criado o Programa MIT REAP Rio de Janeiro, ou MIT REAP Rio. Sites do Programa MIT REAP Rio: https://mitreaprio.com.br/ e https://reap.mit.edu/cohort/rio-de-janeiro-brazil/.

Junto ao Rio de Janeiro, participaram do Cohort-08 do MIT REAP as regiões: Caldas – Colombia, Província Oriental – Arábia Saudita (Eastern Province, Kingdom of Saudi Arabia), Egito, Irlanda do Norte – Reino Unido, Valônia – Bélgica. Conheça as regiões do Cohort-08: https://reap.mit.edu/community-2/cohort-8/

Assista ao documentário do MIT REAP Rio: https://drive.google.com/file/d/1UpUOYb3uAfKUyqoA5W4gNlpvpWUz1QTM/view?usp=sharing

Os primeiros parceiros (e recursos mobilizados)

O projeto, dado o objetivo, fundamentado nos fatos e dados apresentados, que capturou a oportunidade da transição energética em curso e seus impactos nos diversos ramos de atividade e setores industriais, foi iniciado de fato em novembro de 2021 – razão: COVID-19.

Inúmeras apresentações foram realizadas no sentido de buscar apoio; o LabrInTOS – Laboratório de Inovação Tecnológica, Organizacional e em Serviços do Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ – foi o primeiro a dizer ESTAMOS DENTRO! Isso porque um projeto anterior “Impactos do ecossistema de startups (cleantechs) no setor elétrico brasileiro”, coordenado pelo LabrInTOS, mostrou a oportunidade que se apresentava – colocar o Brasil em destaque num cenário desafiador de mudança radical no que tange à aceleração do empreendedorismo regional em energia e sustentabilidade.

A resultante dessa abordagem, que visou representar as cinco categorias de stakeholders ou atores do ecossistema demandados pela metodologia do MIT REAP, nos possibilitou compor o que mais tarde seria designado como o Grupo dos FOUNDERS do Programa MIT REAP Rio de Janeiro. O Grupo dos Founders foi o grupo de stakeholders inicialmente criado para implementar o ecossistema. Veja imagem abaixo
Essa tarefa de captar apoio associado a comprometimento, demanda muita dedicação e não pode ser menosprezada. Mesmo porque, o vínculo a um projeto considerando a variedade de atores-chave consagrada pela metodologia, deve explicitar o consenso quanto ao objetivo, uma vez que o método estará infuso na metodologia do MIT REAP.

Ao longo dos dois anos – 2021 a 2023 – registrou-se a adesão de um outro importante conjunto de instituições, empresas, universidades/ICTs, seja de apoio e interesse formalizado, seja pela realização de ações e atividades pro bono que se mostraram indispensáveis ao sucesso do projeto.
Faz-se importante aqui, dada à envergadura de projetos dessa natureza que tenham por objetivo a efetiva aceleração do empreendedorismo regional em qualquer ramo de atividade ou setor industrial, explicitar o investimento demandado. No conjunto de aportes, o projeto contou com recursos que somados foram cerca de R$ 6,7 Milhões, incluindo a variação do dólar americano no período e a extensão do projeto para ações de difusão da metodologia em 2024.

Além de custear a participação da equipe no Programa MIT REAP, estes recursos foram aplicados em diversas frentes, como: equipe de execução do projeto na COPPE/UFRJ, assessoria de comunicação e mídias sociais, edições do Energinn de 2022 e 2023, realização do Workshop 3 no RJ, evento do MIT REAP no Museu do Amanhã, workshops de disseminação do conhecimento adquirido. Esse destaque é importante pois, caso uma dada região se mobilize apenas para capacitar sua equipe na metodologia, os custos serão significativamente reduzidos.

No âmbito dos contratos/convênios que responderam pelos correspondentes investimentos no projeto, houve decisão conjunta dos investidores relacionada à plena abertura dos resultados alcançados, incluindo o presente Manual que contribui para a difusão da metodologia do MIT REAP.

As vantagens comparativas do Rio

As vantagens comparativas do Rio que culminaram com a aprovação da primeira candidatura de uma região brasileira ao Programa Global MIT REAP são de várias naturezas, principalmente considerando o tema do projeto apresentado: energia e sustentabilidade.

A Figura abaixo apresenta as vantagens comparativas que justificaram a tese de que o ecossistema do Rio de Janeiro é um hub potencial para estimular o futuro da energia na América Latina. É importante que as vocações regionais estejam bem identificadas e comunicadas, para possibilitar a identificação da missão que o ecossistema quer realizar.
Somadas às vantagens existentes na caracterização do Rio de Janeiro à época da candidatura ao Programa MIT REAP em 2019, aspectos-chave da região foram apresentados em novembro de 2021 no primeiro workshop (referência 2020[1]). Dentre elas, destacam-se:
  • População do Brasil: 211 milhões (6º no mundo)
  • População do estado do RJ: 17,1 milhões (3º no Brasil)
  • População da cidade do RJ: 6,7 milhões (2º no Brasil)
  • Graduados no RJ: 9,2 M.Sc. e 3,6 Ph.D./mil habitantes (2º no Brasil)
  • Área do RJ: 43.780 km² (24º no Brasil) (2ª densidade)
  • PIB Brasil: US$ 1,84 trilhão (9º no mundo)
  • PIB Estado do RJ: US$ 185 bilhões (10,1% e 2º no Brasil)

No que se refere ao ecossistema de startups do Rio de Janeiro sua caracterização à época e seu potencial de crescimento podem ser assim demonstrados:

  • Brasil: 13.789 Startups. 189 Cleantech Startups
  • RJ: 863 startups (6,2% Brasil). 14 Cleantech (7,4% Brasil)
  • RJ Investimentos por venture capital: R$ 2 bilhões (10,1% Brasil)
  • RJ é o 2º Ecossistema de startups do Brasil, o 93º do mundo

O reconhecimento do Rio como uma cidade que é consagrada por um conjunto de lugares icônicos também tem um peso na atração de empresas e pessoas em âmbito global. Veja a Figura abaixo

No sentido de reunir de forma articulada essas vantagens, a definição de uma estratégia preliminar, de forma a permitir sua moldagem e refino ao longo do processo formativo na metodologia do MIT REAP, teve um valor significativo na consolidação de um consenso a ser externalizado, associado a uma Visão e a um Propósito.

Construir um i-Ecossistema de energia e sustentabilidade no Rio de Janeiro

VISÃO: Transformar o Rio de Janeiro em uma referência de empreendedorismo e inovação em energia e sustentabilidade – Top 3 na América Latina, em cinco anos.

PROPÓSITO: Impulsionar o empreendedorismo inovador contribuindo com o futuro da energia.
As vantagens competitivas alinhadas à Visão e ao Propósito também foram avaliadas na formatação da caracterização regional, a saber:
  • O Rio de Janeiro tem grandes corporações nacionais e internacionais e pesquisas de alta qualidade na área de energia (STEM e negócios). Também outras instituições importantes para fomentar a inovação no setor de energia e sustentabilidade estão por aqui.
  • As condições macro (maior PIB/m2, população urbana, geografia privilegiada) e logística internacional (portos e aeroportos internacionais) também são boas oportunidades para dar suporte a um ecossistema global de energia.
  • O Rio de Janeiro tem uma reputação mundialmente conhecida em sustentabilidade, sediando conferências da ONU e outras conferências relevantes e sendo sede de ONGs respeitáveis.
  • Está-se vivendo uma “tempestade perfeita invertida”, com muitas leis, regulamentações e fontes de financiamento mudando para dar suporte a um ambiente melhor para o empreendedorismo e a inovação no setor de energia.
Essa “tempestade perfeita invertida”, caracterizada a partir de fatos e dados (leis, financiamento e mudanças ambientais) contribuíram para apoiar um i-Ecossistema no setor de energia (O&G e Eletricidade) no Rio de Janeiro, tais como:
  •   Lei de Inovação Reformulada (Lei 9.283/2018).
  •   Novo Marco Legal para Startups (Lei 146/2019).
  •   Regulamentação Pró-Mercado para o Setor de Gás (Lei 14.134/2021).
  •   Incentivos a Projetos Estratégicos de P&D (Lei 4.382/2021).
  • Obrigações Regulatórias de P&D Energia (O&G e Eletricidade) apoiando ecossistemas setoriais e investimentos em startups (CP 074/2020).
  • Financiamento Garantido ao Fundo Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 177/2021).
  • Financiamento Garantido Agência de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (Lei 178/2021).
  • Recorde Brasileiro em Investimentos em Startups em 2020 (US$ 3,5 bilhões, 17% a mais que 2019).
  • Ascensão do Engajamento Corporativo-Startup e Fundos de Corporate Venture no Setor de Energia.
  • Privatização da Eletrobras – Maior Empresa de Eletricidade da América Latina (MP 1.031/2021).
  • Privatização da BR Distribuidora – Maior Distribuidora de Produtos de O&G do Brasil (jul/2019)

Também no sentido de consignar motivações adicionais para a aplicação da metodologia do MIT REAP no Rio de Janeiro, algumas iniciativas de sucesso contribuíram no apoio à iniciativa do Time Rio, como por exemplo: 

  • Programas Corporativos de Inovação em Energia (Petrobras Conexões para Inovação, Olimpíada Nacional Inovação Eletrobras e Vibra Co.Lab); 
  • Obrigações regulatórias para investir em P, D&I para empresas de energia, óleo e gás (ANP) e eletricidade (ANEEL); 
  • e a Iniciativa da Prefeitura do Rio de implementar, na região do Porto do Rio, o Porto Maravalley, com o propósito atrair empresas da área de tecnologia, proporcionando oportunidades de trabalho e educação em segmentos ligados à inovação e tecnologia.

Todos esses aspectos favoreceram o vislumbre tanto dos DESAFIOS, como um conjunto de INTERVENÇÕES ESTRATÉGICAS, ambos a serem expandidos e aprimorados por ocasião da capacitação da equipe na metodologia do MIT REAP. Veja o quadro abaixo.

DESAFIOS INTERVENÇÕES ESTRATÉGICAS
Baixa densidade de startups de energia e sustentabilidade e ausência de um programa de formação empreendedora no Rio de Janeiro nesses setores. Desenvolver um programa de desenvolvimento de startups e novas tecnologias em Energia e Sustentabilidade
Falta de conhecimento e consenso estratégico sobre as direções e prioridades para construir o futuro da energia. Criar um “MIT Reap Rio Institute”, que será um think tank sobre tecnologias, mercado financeiro e negócios em energia e sustentabilidade.
Baixa integração no ecossistema de inovação em energia e sustentabilidade (mecanismos de investimento, infraestrutura de P, D&I e stakeholders) Integrar a estratégia, infraestrutura e aplicação de fundos (por exemplo, P&D ANEEL e ANP) para desenvolver tecnologias para o futuro da energia.
E foi exatamente isso que aconteceu. Discutimos, refinamos, desdobramos… Geramos novos desafios e mais intervenções estratégicas ao longo dos dois anos de formação para que realmente fosse possível mapear um caminho a ser trilhado após o término do Programa MIT REAP Rio.

Um ponto a ser destacado, partindo da candidatura e, em seguida, no refino das informações da região a serem apresentadas no primeiro workshop do Cohort-08 do MIT REAP, é muito importante que a caracterização regional seja precisa. Isso porque, nas progressivas intervenções do corpo de professores do MIT REAP, tanto online, como presencial, as orientações possam ser efetivas ao longo da análise por eles dos entregáveis produzidos pela equipe técnica da região.

[1] Fontes: Startupbase, Sling Capital, Distrito, StartupBlink, AutoreS

Junte-se a nós!

Envie sua mensagem pelo formulário abaixo ou envie um email para  


Conheça o MIT REAP Rio, o Programa que posicionou o Rio de Janeiro como a capital mundial da transição energética.

Rolar para cima