Manual do Programa de Aceleração de Ecossistemas - Como implementar ecossistemas empreendedores orientado para a inovação?
Capítulo 4

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Sumário

Conectando empreendedores e investidores

O MIG (MIT Rio Investment Group) é um programa voltado para a organização e seleção de startups e projetos inovadores que atuam nas verticais de Armazenamento de Energia, Sistemas Autônomos, Mobilidade e Geração Distribuída. As teses de investimento foram definidas para alinhar as oportunidades de financiamento com as necessidades estratégicas do ecossistema do Rio de Janeiro, com foco em soluções disruptivas que impulsionam a transição energética e a sustentabilidade.

Cabe ressaltar que o MIG não foi concebido para ser um novo veículo de investimento, mas sim para organizar e integrar informações dos diversos sistemas de financiamento público e privado no setor de energia, como subvenções, Venture Debt, Venture Capital, Corporate Venture Capital e Fundos de P&D. Seu objetivo é facilitar a alocação estratégica de recursos e fortalecer o ecossistema de capital para tecnologias disruptivas no setor, promovendo investimentos mais direcionados e aumentando o volume de apoio a startups de energia e sustentabilidade. A iniciativa resultou na criação de um playbook de investimentos do MIT REAP Rio, disponível em playbook.mitreaprio.com.br

Mapeamento dos programas de funding

O desenvolvimento de startups e negócios inovadores, especialmente em setores complexos como energia e sustentabilidade, exige não apenas uma visão estratégica, mas também um acesso estruturado a diferentes fontes de financiamento. O mapeamento de programas de funding é uma etapa essencial para garantir que empreendedores, pesquisadores e empresas tenham clareza sobre os tipos de recursos disponíveis para cada estágio de maturidade e suas necessidades específicas.

No que tange ao ecossistema de inovação, é possível segmentar os programas de funding em cinco grandes categorias: Veículos de Investimento, Investimento de Risco, Apoio Financeiro Indireto, Apoio Financeiro Direto e Programas de Aceleração. Cada uma dessas modalidades possui características próprias em termos de maturidade das empresas atendidas, objetivos estratégicos e mecanismos de aporte de capital. Por isso, entender como cada programa se alinha ao estágio de desenvolvimento do negócio é crucial para maximizar as oportunidades de crescimento e atrair investidores com perfis de risco compatíveis.

Esses programas de funding têm como propósito não apenas financiar novas ideias, mas também impulsionar o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica. Desde o investimento anjo em startups em estágio inicial até programas de aceleração para empresas em fase de escala, cada instrumento desempenha um papel fundamental na construção de um ecossistema de inovação robusto e resiliente. Com um cenário competitivo e regulatório em constante transformação, o mapeamento adequado permite que empresas e stakeholders identifiquem as melhores oportunidades de financiamento, alinhando suas estratégias de crescimento às diretrizes do setor.

Neste contexto, o playbook foi desenvolvido para destacar as particularidades, os públicos-alvo e as formas de acesso, para que empreendedores possam navegar com mais segurança e precisão no universo de funding disponível no Brasil e, especialmente, no Rio de Janeiro.

Descrição dos programas de funding - playbook de investimentos

Os programas de funding estão descritos a seguir nas cinco grandes categorias: Veículos de Investimento, Investimento de Risco, Apoio Financeiro Indireto, Apoio Financeiro Direto e Programas de Aceleração.

Veículos de Investimento

Veículos de investimento são opções utilizadas para direcionar capital a startups em diferentes estágios de maturidade e áreas temáticas. Esses veículos podem ser estruturados por meio de fundos de investimento, capital de risco ou outras modalidades, com o objetivo de promover crescimento e desenvolvimento das empresas. Eles incluem modalidades como Equity Crowdfunding, Private Equity, Corporate Venture Capital e Venture Capital, cada um com uma abordagem específica para investimentos minoritários e maior controle estratégico em empresas-alvo.

Destaques:

  • Investimento Anjo: Voltado para o estágio inicial, oferece suporte financeiro e orientação.
  • Venture Capital: Para startups em fases de validação e crescimento.
  • Corporate Venture Capital: Investimentos de grandes empresas para alinhamento estratégico e inovação.

Maturidade:

  • Ideação: Fase inicial em que as startups ainda estão desenvolvendo suas ideias e buscando validação de conceitos.
  • Validação: Empresas que já possuem um Mínimo Produto Viável (do inglês, Minimum Viable Product – MVP) e buscam testes de mercado.
  • Tração: Startups que já possuem produtos validados e estão escalando suas operações e vendas.
  • Escala: Empresas estabelecidas que buscam crescer em novos mercados e consolidar a expansão.

Público-Alvo:

  • Startups de Tecnologia: Em diferentes estágios de desenvolvimento (ideação, validação, tração e escala).
  • Empresas emergentes que precisam de capital para expandir suas operações ou diversificar suas ofertas.
  • Corporates: Interessadas em investir em inovações para crescimento estratégico e diversificação de portfólio.

 Investimento de Risco

O investimento de risco é uma modalidade de capital voltada para empresas emergentes e inovadoras que buscam crescer de maneira acelerada. Ele pode ser realizado por meio de Venture Capital, Private Equity e Corporate Venture Capital, cada um com características próprias em termos de governança, retorno esperado e duração do investimento. O objetivo principal é possibilitar o desenvolvimento tecnológico e a expansão de mercado para startups com alto potencial de crescimento.

Principais características:

  • Gestores especializados que organizam fundos para investir em startups promissoras.
  • Investimento Anjo: Normalmente realizado por investidores individuais ou grupos.
  • Venture Capital e Private Equity: Investem em empresas com alta capacidade de escalabilidade e retorno financeiro esperado a longo prazo.

Maturidade:

  • Ideação e Validação: Investimentos anjo e seed capital são aplicáveis nesta fase para ajudar a transformar ideias em produtos.
  • Tração: Fase de crescimento acelerado, com aporte de venture capital e private equity para expandir mercados e desenvolver novos produtos.
  • Escala: Startups já consolidadas que buscam crescimento geográfico ou novos mercados globais.

Público-Alvo:

  • Startups: Empresas de alto potencial de crescimento em setores tecnológicos e inovadores.
  • Empreendedores Inovadores: Focados em criar novos modelos de negócio e soluções disruptivas.
  • Investidores Profissionais: Gestores de fundos e corporates que buscam retornos elevados e estão dispostos a assumir maiores riscos.

Apoio Financeiro Indireto

O apoio financeiro indireto refere-se a instrumentos que promovem a inovação em empresas por meio de incentivos fiscais e benefícios regulatórios. Esses mecanismos são direcionados principalmente para a redução de impostos e contribuições sobre atividades de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Os principais instrumentos dessa categoria são a Lei do Bem, Lei de Informática e Créditos para PIS e COFINS.

Destaques:

  • Lei do Bem: Benefícios para empresas que investem em P&D, como a redução de IPI e exclusão do Lucro Real.
  • Lei de Informática: Concede créditos financeiros para fabricantes de tecnologias de informação.
  • Créditos PIS e COFINS: Aplicáveis para compensação de tributos sobre atividades de inovação.

Maturidade:

  • Ideação e Validação: Empresas que estão iniciando atividades de P&D e ainda precisam de incentivos fiscais para reduzir custos.
  • Tração: Empresas com projetos de inovação consolidados que necessitam de apoio para expansão e melhoria contínua.
  • Escala: Corporations que usam incentivos para maximizar investimentos em novos desenvolvimentos tecnológicos.

Público-Alvo:

  • Empresas Optantes do Lucro Real: Que realizam atividades de P&D e estão em conformidade com os requisitos fiscais.
  • Fabricantes de Tecnologia da Informação: Que se qualificam para os benefícios da Lei de Informática.
  • Empresas em Parceria com Instituições de Pesquisa: Que podem transferir parte do benefício fiscal para startups parceiras.

Apoio Financeiro Direto

O apoio financeiro direto inclui recursos destinados ao desenvolvimento de projetos de PD&I, que podem ser obtidos por meio de subvenções econômicas, financiamentos reembolsáveis e recursos não reembolsáveis. Essa categoria abrange instrumentos como bolsas de pesquisa e cláusulas de investimento obrigatório para setores regulados. O objetivo é viabilizar atividades de inovação que apresentam alto risco e elevado custo.


Tipos de apoio:

  • Subvenção Econômica: Recursos públicos não reembolsáveis aplicados diretamente em projetos de PD&I.
  • Recursos Reembolsáveis: Disponibilizados na forma de empréstimos com condições especiais para empresas inovadoras.
  • Bolsas: Fomentam a pesquisa aplicada e o intercâmbio de conhecimento entre universidade e mercado.

Maturidade:

  • Ideação: Subvenções econômicas e bolsas de pesquisa ajudam a iniciar o desenvolvimento de novas tecnologias.
  • Validação e Tração: Recursos reembolsáveis e subvenções aplicados para consolidação e validação de produtos no mercado.
  • Escala: Empresas que utilizam recursos não reembolsáveis para investimentos em P&D e expansão de operações.

Público-Alvo:

  • Startups e Empresas de Base Tecnológica: Que necessitam de recursos para alavancar projetos de inovação com alto risco.
  • Pesquisadores e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs): Para promover a interação universidade-empresa.
  • Empresas em Consórcio com ICTs: Que desejam realizar projetos de pesquisa aplicada e desenvolvimento tecnológico.

Programas de Aceleração

Programas de aceleração são iniciativas voltadas para o desenvolvimento rápido de startups, oferecendo mentoria, recursos financeiros, treinamentos e infraestrutura. Esses programas são promovidos por corporações, agências de fomento ou hubs de inovação e são focados em diferentes verticais, como energia renovável, eficiência energética e mobilidade sustentável.

Elementos-chave:

  • Duração média de 6 meses, com ciclos trimestrais ou semestrais.
  • Benefícios: Acesso a mentores, investidores e redes de contato.

Maturidade:

  • Ideação e Validação: Programas focados em apoiar a transformação de ideias em produtos iniciais, como incubadoras e pré-aceleração.
  • Tração: Aceleradoras que ajudam startups a desenvolver modelos de negócio robustos e ganhar mercado.
  • Escala: Programas de crescimento e corporate acceleration para startups que já possuem tração no mercado.

Público-Alvo:

  • Startups de Energia e Sustentabilidade: Que desenvolvem soluções tecnológicas para os desafios da indústria.
  • Empreendedores com Negócios em Crescimento: Buscando aceleração para ganhar tração e visibilidade.
  • Corporates e Hubs de Inovação: Que buscam parcerias com startups para resolver desafios específicos e co-criar novas soluções.
Esses cinco grupos de programas de funding contidos no playbook de investimentos oferecem uma visão geral dos instrumentos disponíveis para apoiar startups e empresas inovadoras no Rio de Janeiro e em todo o Brasil, facilitando o acesso em onde é possível encontrar o capital e incentivos para crescimento e desenvolvimento sustentável das soluções inovadoras em softech e hardtech.

Estrutura do MIG e estratégias de investimento

O quadro abaixo apresenta o resumo do modelo de construção do MIG 1.0, e a integração das suas fases futuras com as outras batalhas a vencer desenvolvidas durante o programa MIT REAP Rio – Programa Energinn e Instituto REAP Rio

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