Manual do Programa de Aceleração de Ecossistemas - Como implementar
ecossistemas empreendedores orientado para a inovação?
Capítulo 4
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Sumário
Conectando empreendedores e investidores
Cabe ressaltar que o MIG não foi concebido para ser um novo veículo de investimento, mas sim para organizar e integrar informações dos diversos sistemas de financiamento público e privado no setor de energia, como subvenções, Venture Debt, Venture Capital, Corporate Venture Capital e Fundos de P&D. Seu objetivo é facilitar a alocação estratégica de recursos e fortalecer o ecossistema de capital para tecnologias disruptivas no setor, promovendo investimentos mais direcionados e aumentando o volume de apoio a startups de energia e sustentabilidade. A iniciativa resultou na criação de um playbook de investimentos do MIT REAP Rio, disponível em playbook.mitreaprio.com.br
Mapeamento dos programas de funding
No que tange ao ecossistema de inovação, é possível segmentar os programas de funding em cinco grandes categorias: Veículos de Investimento, Investimento de Risco, Apoio Financeiro Indireto, Apoio Financeiro Direto e Programas de Aceleração. Cada uma dessas modalidades possui características próprias em termos de maturidade das empresas atendidas, objetivos estratégicos e mecanismos de aporte de capital. Por isso, entender como cada programa se alinha ao estágio de desenvolvimento do negócio é crucial para maximizar as oportunidades de crescimento e atrair investidores com perfis de risco compatíveis.
Esses programas de funding têm como propósito não apenas financiar novas ideias, mas também impulsionar o desenvolvimento sustentável e a inovação tecnológica. Desde o investimento anjo em startups em estágio inicial até programas de aceleração para empresas em fase de escala, cada instrumento desempenha um papel fundamental na construção de um ecossistema de inovação robusto e resiliente. Com um cenário competitivo e regulatório em constante transformação, o mapeamento adequado permite que empresas e stakeholders identifiquem as melhores oportunidades de financiamento, alinhando suas estratégias de crescimento às diretrizes do setor.
Neste contexto, o playbook foi desenvolvido para destacar as particularidades, os públicos-alvo e as formas de acesso, para que empreendedores possam navegar com mais segurança e precisão no universo de funding disponível no Brasil e, especialmente, no Rio de Janeiro.
Descrição dos programas de funding - playbook de investimentos
Veículos de Investimento
Veículos de investimento são opções utilizadas para direcionar capital a startups em diferentes estágios de maturidade e áreas temáticas. Esses veículos podem ser estruturados por meio de fundos de investimento, capital de risco ou outras modalidades, com o objetivo de promover crescimento e desenvolvimento das empresas. Eles incluem modalidades como Equity Crowdfunding, Private Equity, Corporate Venture Capital e Venture Capital, cada um com uma abordagem específica para investimentos minoritários e maior controle estratégico em empresas-alvo.
Destaques:
- Investimento Anjo: Voltado para o estágio inicial, oferece suporte financeiro e orientação.
- Venture Capital: Para startups em fases de validação e crescimento.
- Corporate Venture Capital: Investimentos de grandes empresas para alinhamento estratégico e inovação.
Maturidade:
- Ideação: Fase inicial em que as startups ainda estão desenvolvendo suas ideias e buscando validação de conceitos.
- Validação: Empresas que já possuem um Mínimo Produto Viável (do inglês, Minimum Viable Product – MVP) e buscam testes de mercado.
- Tração: Startups que já possuem produtos validados e estão escalando suas operações e vendas.
- Escala: Empresas estabelecidas que buscam crescer em novos mercados e consolidar a expansão.
Público-Alvo:
- Startups de Tecnologia: Em diferentes estágios de desenvolvimento (ideação, validação, tração e escala).
- Empresas emergentes que precisam de capital para expandir suas operações ou diversificar suas ofertas.
- Corporates: Interessadas em investir em inovações para crescimento estratégico e diversificação de portfólio.
Investimento de Risco
O investimento de risco é uma modalidade de capital voltada para empresas emergentes e inovadoras que buscam crescer de maneira acelerada. Ele pode ser realizado por meio de Venture Capital, Private Equity e Corporate Venture Capital, cada um com características próprias em termos de governança, retorno esperado e duração do investimento. O objetivo principal é possibilitar o desenvolvimento tecnológico e a expansão de mercado para startups com alto potencial de crescimento.
Principais características:
- Gestores especializados que organizam fundos para investir em startups promissoras.
- Investimento Anjo: Normalmente realizado por investidores individuais ou grupos.
- Venture Capital e Private Equity: Investem em empresas com alta capacidade de escalabilidade e retorno financeiro esperado a longo prazo.
Maturidade:
- Ideação e Validação: Investimentos anjo e seed capital são aplicáveis nesta fase para ajudar a transformar ideias em produtos.
- Tração: Fase de crescimento acelerado, com aporte de venture capital e private equity para expandir mercados e desenvolver novos produtos.
- Escala: Startups já consolidadas que buscam crescimento geográfico ou novos mercados globais.
Público-Alvo:
- Startups: Empresas de alto potencial de crescimento em setores tecnológicos e inovadores.
- Empreendedores Inovadores: Focados em criar novos modelos de negócio e soluções disruptivas.
- Investidores Profissionais: Gestores de fundos e corporates que buscam retornos elevados e estão dispostos a assumir maiores riscos.
Apoio Financeiro Indireto
O apoio financeiro indireto refere-se a instrumentos que promovem a inovação em empresas por meio de incentivos fiscais e benefícios regulatórios. Esses mecanismos são direcionados principalmente para a redução de impostos e contribuições sobre atividades de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Os principais instrumentos dessa categoria são a Lei do Bem, Lei de Informática e Créditos para PIS e COFINS.
Destaques:
- Lei do Bem: Benefícios para empresas que investem em P&D, como a redução de IPI e exclusão do Lucro Real.
- Lei de Informática: Concede créditos financeiros para fabricantes de tecnologias de informação.
- Créditos PIS e COFINS: Aplicáveis para compensação de tributos sobre atividades de inovação.
Maturidade:
- Ideação e Validação: Empresas que estão iniciando atividades de P&D e ainda precisam de incentivos fiscais para reduzir custos.
- Tração: Empresas com projetos de inovação consolidados que necessitam de apoio para expansão e melhoria contínua.
- Escala: Corporations que usam incentivos para maximizar investimentos em novos desenvolvimentos tecnológicos.
Público-Alvo:
- Empresas Optantes do Lucro Real: Que realizam atividades de P&D e estão em conformidade com os requisitos fiscais.
- Fabricantes de Tecnologia da Informação: Que se qualificam para os benefícios da Lei de Informática.
- Empresas em Parceria com Instituições de Pesquisa: Que podem transferir parte do benefício fiscal para startups parceiras.
Apoio Financeiro Direto
O apoio financeiro direto inclui recursos destinados ao desenvolvimento de projetos de PD&I, que podem ser obtidos por meio de subvenções econômicas, financiamentos reembolsáveis e recursos não reembolsáveis. Essa categoria abrange instrumentos como bolsas de pesquisa e cláusulas de investimento obrigatório para setores regulados. O objetivo é viabilizar atividades de inovação que apresentam alto risco e elevado custo.
Tipos de apoio:
- Subvenção Econômica: Recursos públicos não reembolsáveis aplicados diretamente em projetos de PD&I.
- Recursos Reembolsáveis: Disponibilizados na forma de empréstimos com condições especiais para empresas inovadoras.
- Bolsas: Fomentam a pesquisa aplicada e o intercâmbio de conhecimento entre universidade e mercado.
Maturidade:
- Ideação: Subvenções econômicas e bolsas de pesquisa ajudam a iniciar o desenvolvimento de novas tecnologias.
- Validação e Tração: Recursos reembolsáveis e subvenções aplicados para consolidação e validação de produtos no mercado.
- Escala: Empresas que utilizam recursos não reembolsáveis para investimentos em P&D e expansão de operações.
Público-Alvo:
- Startups e Empresas de Base Tecnológica: Que necessitam de recursos para alavancar projetos de inovação com alto risco.
- Pesquisadores e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs): Para promover a interação universidade-empresa.
- Empresas em Consórcio com ICTs: Que desejam realizar projetos de pesquisa aplicada e desenvolvimento tecnológico.
Programas de Aceleração
Programas de aceleração são iniciativas voltadas para o desenvolvimento rápido de startups, oferecendo mentoria, recursos financeiros, treinamentos e infraestrutura. Esses programas são promovidos por corporações, agências de fomento ou hubs de inovação e são focados em diferentes verticais, como energia renovável, eficiência energética e mobilidade sustentável.
Elementos-chave:
- Duração média de 6 meses, com ciclos trimestrais ou semestrais.
- Benefícios: Acesso a mentores, investidores e redes de contato.
Maturidade:
- Ideação e Validação: Programas focados em apoiar a transformação de ideias em produtos iniciais, como incubadoras e pré-aceleração.
- Tração: Aceleradoras que ajudam startups a desenvolver modelos de negócio robustos e ganhar mercado.
- Escala: Programas de crescimento e corporate acceleration para startups que já possuem tração no mercado.
Público-Alvo:
- Startups de Energia e Sustentabilidade: Que desenvolvem soluções tecnológicas para os desafios da indústria.
- Empreendedores com Negócios em Crescimento: Buscando aceleração para ganhar tração e visibilidade.
- Corporates e Hubs de Inovação: Que buscam parcerias com startups para resolver desafios específicos e co-criar novas soluções.
Estrutura do MIG e estratégias de investimento
O quadro abaixo apresenta o resumo do modelo de construção do MIG 1.0, e a integração das suas fases futuras com as outras batalhas a vencer desenvolvidas durante o programa MIT REAP Rio – Programa Energinn e Instituto REAP Rio
O MIG é o grupo de investimento dos stakeholders investidores que participam do MIT REAP que irá debater investimentos de forma coletiva e possibilitar que:
- empreendedores acessem capital e;
- cada um dos participantes invista em startups que estejam alinhados às suas teses.
O MIG é um dos projetos do GT de Funding do MIT REAP que será incorporado ao Instituto REAP Rio.
Para cumprir com o propósito do GT de funding de possibilitar que empreendedores acessem capital das fontes já existentes, quanto daquelas que queremos estimular que sejam criadas.
Investidores (MSW Capital, Vibra e Antera)
Criar um canal novo de originação que alimenta o pipeline de cada um incentivando co-investimentos.
Permitir que investidores de diferentes tipos aprendam e troquem sobre como olhar negócios (startups) early-stage, cada um com sua perspectiva.
Corporações ainda não investidoras (Eletrobras e Petrobras):
Estímulo para olhar startups na perspectiva de investimentos.
É possível que as empresas originadas possam servir para outras finalidades (prestação de serviços, parcerias e etc.).
Empreendedores
Acessar capital já disponível.
Ter a possibilidade de receber um feedback estruturado para melhoria contínua do Pitch de investimento.
No caso específico dos empreendedores do MIT REAP: ter um canal legítimo (“dentro de casa”) para indicar startups que passaram ou passam pelos seus programas de inovação.
1º: Criar um canal de investimento ativo e legítimo no âmbito do MIT REAP fazendo com que os recursos dos membros de GT de Funding existentes (e os que estão por vir) cheguem para as startups.
2º: Usar O MIG como forma de educar:
Empreendedores com insights e feedbacks construtivos em relação aos seus negócios;
Investidores com suas diferentes teses de investimento e perspectivas de como avaliam startups em estágio inicial.
Fase 1: (MVP 1.0): usando apenas o network de Founders e Parceiros.
Fase 2: (MIG 2.0): através de chamada temática.
Fase 3: (MIG 3.0): abertura para entrada de outros membros no MIG conforme adesão ao Instituto REAP Rio).
Fase 1: Pré WS4 de Maio a Agosto
- Aberto apenas para membros do MIG;
- Originação das startups através de recomendações do MIG e parceiros;
- Voltado apenas para startups do Rio de Janeiro;
- Encontros mensais na sede dos membros;
- Feedback estruturado para as startups participantes.
Fase 2: Pós WS4 de Setembro a Dezembro
- Chamada de startups nas áreas de interesse do MIG;
- Apoio do MIT REAP para divulgação do MIG e da Chamada;
- Evento Demoday com pitch das 4 melhores startups da chamada para MIT REAP, Parceiros, especialistas e futuros membros do MIG/Instituto REAP Rio;
- Feedback estruturado para as 4 finalistas;
- Conexão com Programa EnergInn;
- Cobertura da mídia.
Fase 3: MIG 3.0 no âmbito do Instituto REAP Rio de Janeiro a Abril
- MIG 2.0;
- Entrada de novos membros no MIG, idealmente já associados ao Instituto REAP Rio.
Startups inovadoras de base tecnológica que estejam criando soluções catalisadoras da transição energética voltadas para o mercado brasileiro:
- Em captação de rounds Seed e Série A (R$1M a R$15M);
- Que tenham no mínimo 2 fundadores dedicados;
- Com preferência para as seguintes verticais: eficiência energética, geração distribuída, energias renováveis, redução de emissões de carbono, armazenagem de energia, mobilidade e ESG (clima);
- Com sede no Rio de Janeiro.
- 4 encontros até agosto;
- 10 startups avaliadas;
- feedback positivo das startups convocadas.
- Mais de 50 startups originadas na Chamada;
- Evento bem sucedido com presença de outros investidores do ecossistema;
- 2 investimentos realizados por membros do MIG em até 6 meses após o evento;
- avaliar o número de startups que captaram recursos em um horizonte até 6 meses pós chamada com outros investidores
- interesse de outras corporações e investidores de uma maneira geral para o MIG 3.0 e Instituto REAP Rio.