Manual do Programa de Aceleração de Ecossistemas - Como implementar
ecossistemas empreendedores orientado para a inovação?
Capítulo 3
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Sumário
Formando empreendedores para o setor de energia e sustentabilidade
O que é o Programa Energinn?
O mercado de soluções inovadoras tradicional de soft techs busca normalmente retornos em curto/médio prazo, o que dificulta construir um ecossistema de investidores, empresas, empreendedores, governos e universidades que possam agir em condições complexas como as que envolvem hardware e startups hard science e deep tech, sendo bastante problemático para o desenvolvimento tecnológico regional.
O Energinn significa Energia (Energy) + Inovação (Innovation), e é uma iniciativa criada que busca solucionar os dilemas de formação empreendedora, baixa densidade de startups no setor de energia e transformação de invenção em inovação, pela união de diversos atores do ecossistema de inovação, energia e sustentabilidade.
O programa foi construído para ser o maior e mais completo programa de formação de empreendedores, criação de startups e geração de provas de conceito da América Latina em energia e sustentabilidade. A visão é transformá-lo no maior programa de formação e criação de inovações independentes em energia e sustentabilidade do mundo, pela sua caraterística modular, adaptativa e de alta escalabilidade para formação e aceleração de soluções inovadores, independentes da região ou temática a ser aplicada no programa.
Quais as personas atendidas na iniciativa?
A iniciativa foi desenvolvida em:
fase 1 – de formação empreendedora, e a fase 2 – de aceleração de projetos e de startups. O foco esteve em quatro grupos de personas:
1) pesquisadores (professores e pesquisadores),
2) Universitários (graduandos, mestrandos e doutorandos),
3) Intraempreendedores (profissionais corporativos) e
4) empreendedores (startups):
Tal formação empreendedora e criação de startups na área de energia e sustentabilidade concentra-se em abordar alguns dos processos identificados como indispensáveis nesse desenvolvimento (metodologia, mentorias técnicas e de negócio e infraestrutura laboratorial), visto que se diferenciam muito da realidade de startups mais centradas no segmento B2C e que possuem soluções em software e aplicativos (apps).
Estas novas startups exigem capital paciente (visão de longo prazo) compatível com ciclos de amadurecimento de produtos, o conhecimento da cadeia produtiva desse tipo de negócio e da dinâmica do mercado e de processos de manufatura, dentre vários outros.
A landing page criada especificamente para interação com os públicos-alvo do Programa Energinn – www.programaenerginn.com.br – apresenta o detalhamento operacional do programa.
Quais as dores que o Programa Energinn busca solucionar?
Por meio do debate estratégico e da construção entre os stakeholders, quatro dores mapeadas e fatos observados nas ações e atividades no âmbito do ecossistema empreendedor voltado à inovação para o setor de energia e sustentabilidade, foram utilizadas para que o Programa Energinn fosse modelado. Elas seguem descritas no quadro abaixo.
Dores mapeadas | Fatos observados |
Baixa conversão de atividade acadêmica em negócios | Rio de Janeiro é o 2ᵒ lugar em publicações internacionais (MCTI) e apenas o 11ᵒ em número de empreendimentos inovadores (Ranking de Competitividade dos Estados). |
Faltam Startups/Empreendedores em Energia | Das 14.200 startups mapeadas no Brasil (Startupbase) apenas 193 (1,4%) são startups ligadas ao setor de energia (Startup Scanner)[1]. |
Mudanças na Regulação | ANEEL e ANP estão mudando no sentido de apoiar mais inovação e empreendedorismo no setor de energia (Consultas Públicas e MLSEI). |
Corporate Venture e CSE | Muitas empresas de energia já possuem iniciativas de CSE e algumas já estão estruturando seus próprios CVCs. Não haverá oferta de startups e projetos (deal flow) para os investimentos a serem realizados por estes fundos. |
[1] Fonte: Associação Brasileira de Startups – https://startupbase.com.br/home (acesso em 25/02/2022)
Quais as etapas do Programa Energinn e o seu modelo operacional?
(i) Inscrição;
(ii) Curso básico de formação empreendedora;
(iii) Seleção de projetos e
(iv) Aceleração.
Abaixo, a Figura indica esquematicamente as principais fases, bem como as trilhas de conhecimento no ciclo anual do Programa Energinn.
Cada trilha pode ser detalhada da seguinte forma:
- Básico de empreendedorismo: formação empreendedora de três meses para todos os candidatos inscritos no programa com conteúdo sobre propriedade intelectual, transferência de tecnologia, mercado de energia, desenvolvimento de negócios, entre outros. Essa trilha foi elaborada e gerenciada pela Emerge e pelo LabrInTOS da COPPE/UFRJ. O entregável deste curso consiste em um business case que será avaliado pela equipe gestora do programa que selecionará os projetos / startups com maior potencial para a trilha central.
- Trilha central: os projetos e startups selecionadas participam de uma aceleração e desenvolvimento de negócios com acompanhamento e mentoria de organizações especializadas por seis meses.
- Trilha hardtech: os projetos e startups têm a oportunidade de se relacionar, receber mentorias e utilizar os espaços laboratoriais de parceiros do programa e de outras instituições cooperadoras.
- Trilha soft skills: todos os inscritos no programa irão receber treinamento e preencher formulário a fim de receber feedback sobre seu perfil de liderança.
- Trilha Master-Class: todos os inscritos no programa participam de master-classes quinzenais em que serão convidados especialistas em empreendedorismo, inovação e energia.
Cabe ressaltar que todas as etapas da seleção foram realizadas virtualmente e foram eliminatórias para os participantes da iniciativa. O Demo Day, realizado ao final de cada edição para seleção dos oito finalistas, foi realizado em formato híbrido. A realização da primeira edição foi no Espaço Conexões da Eletrobras – Furnas e da segunda edição no Arca Hub (http://www.arcahub.com.br).
Tanto a inscrição quanto a participação no Programa Energinn foram completamente gratuitas para os participantes. Deste modo o programa teve uma necessidade de estruturação financeira apartada da estrutura de financiamento do projeto MIT REAP Rio, tendo sido gerado um processo de captação de recursos para executar os ciclos anuais do programa. Para a primeira edição o patrocinador principal foi a Eletrobras – Furnas. Na segunda edição, o patrocinador principal foi o Instituto REAP Rio.